A Guarda Municipal de Mariana nestes dias tem enfrentado problemas reais de retaliação ao seu trabalho por parte da Policia Militar de Minas Gerais. Toda vez que os jornais locais noticiam alguma atuação de maior expressividade da Guarda Municipal dá-se início aquela novela da usurpação de função. Estes policiais que se dizem “experts” em segurança pública ainda insistem em dizer que guarda não pode prender, que guarda não pode conduzir, que guarda não pode confeccionar boletim de ocorrência e etc.
Desta vez o estopim para a crise foi a apreensão de um revolver calibre 32 sem munição no centro da cidade pelos guardas municipais, fato ocorrido em 16 do corrente mês. Esta atuação rendeu uma pequena nota com direito a foto da arma apreendida num dos jornais da cidade. Rememorando os fatos, é fácil perceber que o problema está mais na divulgação do que na atuação, uma vez que nada é feito enquanto a Guarda Municipal trabalha de maneira silenciosa. Agora quando se abre o jornal, e por menor que seja a noticia, mas esta lá a atuação da guarda eles se enfurecem e voltam ao seu medíocre(ver video no youtube do Dr. Bismael de Moraes no forum de Jacobina/BA)repito, medíocre discurso de que a guarda é patrimonial e não pode fazer isso ou aquilo.
E a briga é ferrenha, a ordem repassada pelos atuais superiores da PM local é de prender o Guarda Municipal que estiver atuando em alguma ocorrência que envolva prisão. São tão astutos, e não conhecem princípios básicos da constituição federal, código penal, código tributário e outras leis que dão este direito aos Guardiões dos Marianenses.
Este ultimo episódio apresenta um desfecho nunca visto antes, glórias sejam dadas ao Tenente Tito, que realmente assumiu o papel de Comandante, ainda que interino, e não abaixou a cabeça para essa ordem ridícula e absurda. Enfrentando a situação de frente e não aceitando tal posicionamento dos militares. Este comandante se viu preocupado, pois os militares teriam que “prender” muitos guardas, e a resposta que recebeu foi firme: “Muitos não, todos – se mexerem com um, mexem com o grupamento inteiro”.
A que ponto chegamos, apesar que passamos por isso também em São Paulo, quando fomos para as ruas, cumprindo ordem do então prefeito Jânio Quadros, mas isso foi em 1986!
Os guardas estão trabalhando e os policiais militares tentam cercear-lhes do cumprimento de sua missão. E quem sai perdendo é a sociedade, que ao invés de ver suas forças policiais atuando em conjunto com o objetivo maior de garantir a segurança dos munícipes, vê a policia militar brigando para manter um status, que nem sequer existe mais.
As Guardas Municipais só surgiram e ganharam força devido a incompetência do atual sistema de segurança pública em garantir a segurança, se eles oferecessem um serviço de qualidade os prefeitos não se veriam obrigados a criar as Guardas Municipais, futura Policias Municipais para defesa de seus munícipes, pautadas sempre pela prevenção e o respeito aos princípios básicos dos cidadãos.